Neste dia nacional do Zootecnista, tão especial para os profissionais, este ano será um pouco diferente, já que o mundo passa por uma crise sanitária sem precedentes. Mesmo diante as dificuldades, cada profissional tem oferecido o que pode para colaborar e o zootecnista é um deles.
Nas próximas semanas o CRMV-DF, junto a Associação dos Zootecnistas do Distrito Federal – Azoo-DF realizarão uma série de publicações com depoimentos de zootecnistas que trabalham em campo e que irão falar um pouco sobre o dia-a-dia da profissão. O primeiro será o Emanoel Elzo Leal de Barros, Secretário-Geral do CRMV-DF, em entrevista a Assessoria de Comunicação do CRMV-DF (Ascom), contextualizou o atual cenário enfrentado pela sociedade brasileira, aspectos econômicos e profissionais.
Entrevista com Dr Emanoel
Ascom – No atual contexto social e econômico e em meio a pandemia do novo coronavírus, como se comporta o setor do agronegócio?
Dr Emanoel – O agronegócio brasileiro é responsável por 21,4% do PIB brasileiro, segundo dados do CEPEA. Neste contexto, este segmento da economia tem uma função de extrema importância na produção de alimentos seguros, e contribui para a elaboração de políticas públicas voltadas à segurança alimentar, e como gerador de renda e emprego para milhares de brasileiros. No atual cenário da pandemia do novo coronavírus, o agronegócio contribui para que a população, não só do Brasil, mas do mundo possa ter a sua disposição uma alimentação adequada, que pode corroborar com a higidez do ser humano.
Ascom – Como o Zootecnista pode cooperar no enfrentamento da crise?
Dr Emanoel – O zoootecnista, baseado nas suas competências e habilidades, têm plena e total condição de cooperar com o enfrentamento da atual crise, partindo do pressuposto que é um profissional que possui conhecimentos relacionados aos sistemas de produção animal, contribuindo para o aumento da produção de alimentos, de acordo com conceitos modernos de bem estar animal. Ao levarmos em consideraçãoque a relação homem x animal vêm desde o início da humanidade, o zootecnista trabalhando na retaguarda pode proporcionar através do seu conhecimento técnico e científico a melhoria e a adequação desta relação, em face aos preceitos de bem estar animal, potencializando a produção de alimentos para os seres humanos.
Ascom – Quais as áreas mais sensíveis do setor? E da profissão?
Dr Emanoel – Como atividade econômica, o agronegócio também apresenta riscos inerentes ao seu desenvolvimento, estes, estão vinculados às variações cambiais, instabilidade econômica, e principalmente frente as exigências dos consumidores, e mesmo fazendo parte do agronegócio, os pequenos produtores, assim como os agricultores familiares, são mais sensíveis e vulneráveis a estas questões. Quanto ao profissional zootecnista, não existe área mais sensível, porém a falta de conhecimento sobre a profissão por parte da sociedade e também de entendimento equivocado quanto à Lei 5.550 põe este profissional em segundo plano para entidades (públicas ou privadas) ligadas à produção animal como um todo.
Ascom – Para o profissional, a oferta de oportunidades tem sido afetada? Acredita que os profissionais podem se reinventar?
Dr Emanoel – De maneira geral, há uma grande oportunidade para inserção do zootecnista em atividades ligadas à produção animal, no entanto como descrito anteriormente, a falta de conhecimento sobre as áreas de atuação deste profissional, quanto às suas competências e habilidades, têm afetado a abertura de postos de trabalho para estes profissionais. Porém, também baseado no que está previsto na Lei que regulamenta o exercício da profissão de zootecnista, este, pode mostrar sua importância no contexto do agronegócio, do manejo dos animais, dentro das áreas de nutrição, produção e melhoramento animal, passando pelas questões de qualidade dos produtos de origem animal. Não necessariamente se “reinventando”, mas tão só desenvolvendo com competência suas atribuições, mostrando para a sociedade sua importância.
Ascom – Quais os setores da produção animal pode contar com a mão do zootecnista?
Dr Emanoel – A Lei Federal No 5.550, de 04 de dezembro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão Zootecnista, no seu Art. 30 define as atribuições deste grupo de profissionais, destacando que cabe ao zootecnista, dentre outras atribuições, planejar, dirigir e realizar pesquisas que visem a informar e a orientar a criação dos animais domésticos, em todos os seus ramos e aspectos; Destacando as cadeias produtivas da produção de carne, leite, ovos, mel, animais de companhia, a produção de alimentos para animais, genética animal, gestão de propriedades rurais, incluindo a atuação em projetos de desenvolvimento sustentável. Fica claro que este profissional pode atuar em quaisquer setores ligados à produção animal, obviamente, não podendo atuar na intervenção da saúde. Estas competências e habilidades estão descritas na Resolução No 04 de 02 de fevereiro de 2006, publicada pelo Conselho Nacional de Educação, que aprovas as “Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Zootecnia e dá outras providências.”
Ascom – Qual a sua mensagem de apoio e incentivo aos profissionais pela data festiva, 13 de maio, Dia Nacional do Zootecnista.
Dr Emanoel – Tenho muito orgulho de poder exercer tão nobre profissão, sei da grande responsabilidade social e econômica que ela nos impõe, portanto gostaria de dizer para todos os zootecnistas do Brasil e em especial aos do Distrito Federal, que exerçam nossa belíssima profissão com dignidade, responsabilidade e competência. Não se preocupem com o que os outros podem fazer, preocupem-se com o que vocês são capazes e estão habilitados a fazer, para que assim…o façam bem feito! Destaco a necessidade de atuação com ética e profissionalismo, sempre buscando a melhoria da produção animal, atividade esta, que muito contribui para o agronegócio brasileiro. E que trabalhem sempre em parceria, pois precisamos uns dos outros.
Assessoria de Comunicação Social do CRMV-DF
13 de maio de 2020
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