“Quando o projeto começou, eu pensei – tudo bem, vamos fazer isso por um ano. E agora que consigo visualizar o seu objetivo, eu digo: temos que fazer isso para o resto da vida. Voltei a me sentir um ser humano completo e contemplada enquanto médica veterinária e docente”.
A frase é da médica veterinária professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, Elaine Dione da Conceição. A UFMT implantou o Projeto Estratégias de Ensino-aprendizagem do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em 2016 e não pretende parar.
A UFMT é uma das mais de 20 Instituições de Ensino Superior (IES) do país que aderiram ao projeto do CFMV, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento das competências humanísticas nos futuros médicos veterinários, conforme determinação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de Medicina Veterinária. Agora o projeto tem uma nova página no site do CFMV, que reúne informações sobre o projeto, materiais para coordenadores de curso, professores e estudantes das IES, além de depoimentos de instituções que já aderiram ao projeto.
O presidente do Conselho Federal, Benedito Fortes de Arruda, destaca a importância da iniciativa: “a profissão é responsável por áreas estratégicas na economia, saúde e sustentabilidade e a base de tudo está na formação profissional. É evidente a preocupação e ação do CFMV na educação das profissões por ele representadas”, afirmou.
A ideia é trabalhar não só as competências técnicas dos profissionais, mas também outras competências, como Liderança, Atenção à Saúde, Comunicação, Tomada de Decisão, Administração e Gerenciamento e Educação Permanente.
O projeto tem duração de um ano, com avaliação a cada semestre, e conta com o acompanhamento do CFMV ao longo do processo.
A coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UFRGS, uma das IES participantes, Saionara Araújo, conta que no início houve certo estranhamento pelo fato de um conselho pensar questões ligadas à educação. “O CFMV teve um papel extraordinário e esperamos que continue com a visão ampla nesse sentido”, diz.
Para a professora da UFRGS, Andrea Troller, o projeto trouxe a oportunidade de entender que o processo de ensino-aprendizagem é de construção conjunta. “As competências humanísticas permitem formar seres humanos diferenciados e que atuem profissionalmente não apenas nas atividades específicas da Medicina Veterinária, mas também em áreas multi e interdisciplinares”, ressalta.
A coordenadora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Andréa Christina Meirelles, acredita que o projeto dá suporte e credibilidade à adequação do curso às tendências atuais do novo modelo de ensino-aprendizagem. “Com o maior uso de metodologias ativas nas aulas do curso, o estudante abandona a passividade do modelo clássico e passa a desenvolver autonomia e a acessar a informação por si próprio”, diz.
Na Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Minas Gerais, a coordenadora do curso de Medicina Veterinária, Maria Cristina Costa, ressalta a importância de profissionais com atitudes frente aos vários desafios. “Só aprendemos quando enxergamos que o conhecimento não é base sólida de um profissional, mas um complemento. Como profissional de Medicina Veterinária temos que estar constantemente atentos sobre como administrar, atender, ser flexível”.
Histórico do projeto
Desde a década de 90, quando foram realizadas as primeiras edições do Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, principal evento para discutir o ensino da profissão no Brasil, o CFMV, por meio de sua Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV), tem trabalhado novas formas de promover melhorias na formação profissional da categoria.
Por meio de reflexões sobre os valores da educação no Brasil, as práticas humanísticas na formação de cada profissional foram vistas como uma necessidade para a formação profissional e para a sociedade.
Ao longo dos anos, o Projeto Estratégias de Ensino-aprendizagem foi discutido não só no Seminário de Educação, mas também em palestras, debates e mesas redondas sobre o tema.
Após a demonstração de interesse da instituição em participar do projeto, são marcadas as primeiras visitas introdutórias pelo CFMV, que buscam contextualizar o projeto e apresentá-lo à direção, professores e alunos da Instituição. A segunda etapa de visitas visa, por sua vez, enumerar dificuldades dos professores e pontos de melhoria observados pelas IES no período posterior à primeira visita técnica.
Cartilha para coordenadores de curso
Uma cartilha foi criada pelo CFMV para orientar coordenadores de curso e docentes de instituições que aderiram ao projeto.
A cartilha fornece orientações sobre o preenchimento de documentos e ações que deverão ser executadas ao longo dos semestres letivos, além de sanar possíveis dúvidas sobre o projeto.
Pensando nos estudantes, o CFMV criou materiais publicitários que destacam as habilidades e atitudes necessárias para cada competência humanística: Liderança, Atenção à Saúde, Comunicação, Tomada de Decisão, Administração e Gerenciamento e Educação Permanente.
Os estudantes e coordenadores de curso podem baixar o material e usar de forma virtual ou impressa em suas instituições. Acesse aqui.
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