O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMV-DF) lamenta os fatos revelados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal e vê com pesar as atitudes inapropriadas de alguns servidores públicos e empresários do setor. Causa preocupação o grande prejuízo que estas atitudes imputem à atividade econômica brasileira e enquanto outros setores da economia apresentam resultados negativos, este segmento é o único que conseguiu crescer nos últimos tempos. O “segmento carne” é o segundo item das exportações do agronegócio brasileiro e em 2016 foram exportadas mais de um milhão de toneladas de carne in natura, representando faturamento superior a U$ 4,3 bilhões. Só em fevereiro deste ano o Brasil faturou U$ 410 milhões com a exportação de carne bovina. Além disso, o setor gera milhões de empregos e no total mais de U$10 bilhões em exportações. Não se pode aceitar que a irresponsabilidade de uns poucos, sirva de motivo para que agentes públicos e a mídia generalizem que a carne brasileira não tem qualidade e represente riscos.
A carne brasileira é segura e de qualidade. Hoje, o Brasil exporta carnes bovina, suína e de aves para mais de 150 países, sendo o principal player deste mercado. Em 2016, os Estados Unidos, um dos países que apresentam as maiores exigências em controle sanitário e de qualidade, passaram a importar carne in natura do Brasil após ampla e detalhada auditoria das plantas frigoríficas e status sanitário da carne brasileira.
O que até agora foi divulgado mostra que os problemas detectados se referem somente às carnes processadas. Nada, absolutamente nada, foi detectado em relação à carne in natura. Os dois anos de investigação já realizados serviram para comprovar que a carne fresca não apresentou qualquer problema, portanto, é de ótima qualidade.
O Serviço de Inspeção criado há mais de 100 anos e executado por médicos veterinários competentes e zelosos pela qualidade e inocuidade do produto que chega até o consumidor brasileiro e de outros países, é respeitado mundialmente e não deve ter sua imagem manchada por conta da má conduta de uma minoria de profissionais que desrespeitaram a profissão e esses devem ser rigorosamente punidos na forma da lei.
Os Auditores Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que trabalham na área de inspeção, em sua maioria não compactuam com esses procedimentos e merecem todo nosso respeito e a confiança em suas atividades. Caso seja comprovado o envolvimento dos médicos veterinários e/ou zootecnistas nas irregularidades, o CRMV-DF ressalta que é imprescindível a apuração e instauração de processos ético-disciplinares orientados pelos princípios do devido processo legal. O CRMV-DF entende ainda que esse tipo de conduta é incompatível não somente com a legislação, mas também com a postura esperada de um médico veterinário segundo o que determina o Código de Ética profissional e repudia o comportamento de qualquer profissional que, violando os princípios morais, atue contra a saúde e o bem-estar de animais, humanos ou do meio ambiente.
Reafirmamos a nossa confiança no trabalho sério realizado por médicos-veterinários e zootecnistas no agronegócio do País. Os médicos veterinários e zootecnistas, presentes na cadeia produtiva dos produtos de origem animal, atuando com profissionalismo e seriedade, desde a origem até o consumo, onde a vigilância à saúde animal e humana, garantem qualidade e inocuidade aos produtos. Não fosse isto, o Brasil não teria se consolidado como um dos maiores produtores mundiais de proteína animal nas últimas décadas. Que continuem se apurando os fatos e sejam atribuídas as devidas responsabilidades aos envolvidos.
Helio Blume
Presidente do CRMV-DF
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