Em entrevista coletiva, o subsecretário de Vigilância a Saúde, Marcos Quito, esclareceu como será feita a vacinação ao longo do ano. OVice-presidente do CRMV-DF, Laurício Monteiro Cruz, participou da divulgação da nova estratégia para vacinação antirrábica.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou, nesta terça-feira (3), uma estratégia que permitirá fazer a vacinação antirrábica de cães e gatos durante o ano inteiro. Para isso, lançará um edital de chamamento público destinado a credenciar consultórios, clínicas, hospitais veterinários e instituições de ensino superior com oferta de graduação em Medicina Veterinária para aplicar as doses gratuitamente. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal de cães e gatos contra a raiva, que é letal em animais e humanos.
“Nossa previsão é que o edital seja publicado na próxima semana. Essa é uma medida inovadora para aumentar a cobertura vacinal, que não tem atingido a meta nos últimos anos. Queremos ampliar o número de postos e facilitar a vacinação, já que funcionará ao longo do ano mais perto de casa”, disse o subsecretário de Vigilância à Saúde, Marcos Quito.
Atualmente, 10 espaços públicos oferecem o serviço anualmente. Com esse projeto – denominado Implantação e Ampliação da Rede Descentralizada de Vacinação Antirrábica do DF – a ideia é aumentar esse número para 565 postos.
O projeto terá três etapas. A primeira, com início até meados deste mês, prosseguirá até abril de 2018. Até lá, a expectativa é que 100 locais de vacinação passem a integrar a rede de vacinação. Na segunda fase, de maio de 2018 a maio de 2019, espera-se a adesão de mais 200 postos. A previsão para último período, de junho de 2019 a maio de 2020, é a incorporação de mais 265 estabelecimentos.
A quantidade de adesões foi definida de acordo com o número de estabelecimentos de medicina veterinária registrados pela Vigilância Sanitária. A previsão é que cada um deles aplique, aproximadamente, 1000 doses por ano. As entidades serão certificadas e identificadas, bem como fiscalizadas pela Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS).
DIA D – A pasta anunciou, ainda, que a campanha de imunização antirrábica de 2017 será realizada em dois sábados no DF – o primeiro em 25 novembro, na área urbana, com previsão de que funcionamento de 400 postos e atuação de 1,2 mil servidores e colaboradores. Já em 2 de dezembro serão 200 postos de vacinação na área rural com 800 servidores da Diretoria de Vigilância Ambiental e da Emater. Atualmente, há 35 mil doses na rede e mais 350 mil disponíveis para o DF nos estoques do Ministério da Saúde.
NÚMEROS – A estimativa é que o DF possua 339.261 cães e gatos, sendo 308.419 cães e 30.842 gatos. A meta é imunizar 271.408 animais (80%) – 246.735 cães e 24.673 gatos. O cálculo é feito com base na população humana, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde.
REDE – Atualmente, a Secretaria de Saúde disponibiliza rotineiramente as doses da vacina antirrábica na sede da Dival e nos núcleos regionais de Vigilância Ambiental do Gama, Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Recanto das Emas, Sobradinho, Paranoá, São Sebastião e Núcleo Bandeirante.
DOENÇA – O veterinário da SVS Laurício Monteiro explica que a raiva é uma doença viral infecciosa que pode acometer todos os mamíferos. A vacinação é o melhor instrumento para formar uma barreira imunitária contra a doença, que protege também o ser humano.
Segundo ele, a grande preocupação de prevenir a doença em cães e gatos ocorre em razão de 100% de letalidade nesses animais e de quase 100% em seres humanos. “Nós tivemos apenas seis casos de raiva humana no mundo que não chegaram a óbito, mas todos ficaram com lesões cerebrais”, disse o veterinário.
Caso o animal mude o comportamento, o proprietário deve observar se ele está vacinado. Inicialmente, o cão ou gato contaminado se torna agressivo e, ao longo do tempo, começa a salivar em função do comprometimento da musculatura. Posteriormente, ocorre uma lesão cerebral, paralisia e óbito. Tudo ocorre em, no máximo, 10 dias. Em caso de suspeita da doença, é necessário acionar a Vigilância Sanitária pelo telefone 160.
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