Existe um ditado que diz, “Dê tempo ao tempo” para superar situações de dificuldade. O tempo não só cura, mas nos torna mais fortes, já que os anos se passam e nós agregamos cada vez mais sabedoria. Desta forma podemos imaginar um colega de profissão que completa este ano, 102 anos de vida e 80 de profissão. Este é o Médico Veterinário Milton Thiago de Mello, presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abravet). Cheio de vitalidade e irreverência, estar antenado na atual conjuntura política, social e econômica do país e têm ideias inovadoras para o futuro da profissão no Brasil.
O presidente do CRMV-DF, Laurício Monteiro da Cruz visitou o colega, no dia 24 de janeiro, em sua residência no Lago Norte, em Brasília para um bate papo, recheado de histórias e conselhos para a vida e para o futuro da medicina veterinária.
Como tudo começou
Milton, quando criança, em seu primeiro contato com as ciências, tomou gosto pela biologia no ensino secundário (equiparado ao ensino médio atual). Aos 16 ingressou no serviço militar voluntário do Exército Brasileiro, serviu como soldado por um ano. Como o quartel era próximo a Escola de Veterinária do Exército, animou-se, fez o vestibular, passou e cursou Medicina Veterinária, formando-se em 1937. Dalí em diante a sua carreira iniciou como 2º Tenente do Exército.
Ele serviu a entidade até o posto de Coronel, em 1969. Foi lá que iniciou a sua vida de pesquisador, na área de microbiologia. Seus trabalhos contribuíram bastante sobre o conhecimento da Brucelose. Saindo do exército trabalhou na Fundação Osvaldo Cruz, fez consultoria internacional para órgãos como a OMS e FAO, Ministério da Saúde do México, República Dominicana, entre tantas outras representações, como Zoológico de Brasília e Universidade de Brasília. Nesses anos foi professor, pesquisador, orientador, consultor, além de participar de entidades de classe, como ainda faz hoje, na Academia Brasileira de Medicina Veterinária.
Perspectiva da profissão para o futuro da profissão
“Chega de planejamento, está na hora do ‘Fazejamento’”, explica Milton, ao se referir a muitas reuniões e nada de execução de projetos. “Eu acho que nós Médicos Veterinários, temos grande responsabilidade com o país. Precisamos de alguém que assumam responsabilidades”, complementa sobre o que ele imagina para a profissão nos próximos anos.
Em um contexto histórico, Milton relata que a humanidade passou por incríveis transformações a partir de fatos e interesses que envolvem todas as nações. Milton explica que na revolução industrial, a Inglaterra se destacou com o uso de máquinas movidas a carvão mineral e madeira de suas colônias. Depois, nos Estados Unidos, substituíram a matriz energética por combustíveis a base de petróleo. Hoje, com o crescimento da população mundial, o grande alerta é sobre a produção de alimentos, “a próxima revolução”. E é neste contexto que surge uma grande oportunidade para o Brasil e para a medicina veterinária.
Segundo Milton, em seu livro “O Veterinário na Segurança Alimentar, Passado, Presente e Futuro, de 2015, explica que o Brasil tem um grande potencial de produção de alimentos, 3 de origem vegetal e 3 de origem animal, são eles, respectivamente: Soja, Milho e Café e carnes bovina, suína e de aves. “A moeda do futuro será o alimento, e toda produção de alimentos de origem animal necessitará de veterinários qualificados” esclarece.
E onde o Médico Veterinário entra nessa história? Na criação e inspeção de animais de produção. Milton usa a figura de um “Rolo compressor” referindo-se ao agronegócio. Cada dia mais exigente e com demandas específicas, como exigências de Bem-Estar Animal, sanitárias e de rastreabilidade. Segundo o estudioso, o país não tem a quantidade ideal de frigoríficos para atender esta demanda e também não tem, em quantidade e em qualidade, profissionais preparados para atende-la. Como a conta não fecha, o mercado brasileiro seria “atropelado”.
“Convergência dos astros”
Este ano, o Dr Milton alegra-se com o que ele chama de “Convergência dos Astros”, já que no dia 25 de janeiro, o recém empossado presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Francisco Cavalcanti recebeu os presidentes das presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Luiz Carlos Rodrigues Cecílio; o ex-presidente do CFMV, Rene Dubois; o presidente da Anclivepa Brasil, Marcello Roza; o presidente da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Patrick Schmidt e o presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas, Marinaldo Divino Ribeiro. Milton Thiago foi como vice-presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, para conversar e promover a união de todas elas. Na ocasião ele afirmou que “Temos uma responsabilidade muito grande, não com a profissão, não com os médicos veterinários registrados no Conselho, temos uma responsabilidade grande com o Brasil” explicou.
Ao ser perguntado sobre o que fez ser procurado por entidades nacionais e internacionais, para trabalho ou consultoria, ele responde que “sempre busquei fazer um pouco mais do que a minha obrigação”. Em seguida, deixou um recado para os profissionais que estão com a sua carreira em curso e aos estudantes: “Busque uma nova obrigação. Não necessita de fazer nada além de sua.”
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CRMV-DF
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