A Leishmaniose continua sendo uma ameaça à saúde pública no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença acometeu 3,5 mil pessoas em 2014, resultando na morte de 90 delas. Até que a cura para a doença seja cientificamente comprovada, o posicionamento institucional do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs), em conformidade com o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e as legislações vigentes, é pelo não tratamento da doença, garantindo assim a proteção à saúde pública. A melhor medida contra a doença é a prevenção. Ações como educação em saúde, enfrentamento à reprodução dos insetos transmissores da doença, vacinação dos animais e o uso de coleiras antiparasitárias são fundamentais, tendo os médicos veterinários um papel primordial. Os cães são o principal reservatório urbano do parasito, porque as características do organismo permitem uma alta multiplicação do protozoário, tornando-se fonte de contaminação por meio do mosquito transmissor. No caso de suspeita da infecção, os animais devem ser submetidos ao teste sorológico e ao exame parasitológico. Se o diagnóstico for positivo, a eutanásia é atualmente a única alternativa e deve ser cumprida de acordo com o Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em animais, do CFMV. Embora pesquisas se dediquem a desenvolver medicamentos e terapias, continua em vigor a Portaria Interministerial 1.426/2008, que proíbe o tratamento da Leishmaniose Visceral em cães com produtos que não sejam registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O CFMV trabalha na discussão e no apoio a políticas públicas junto aos órgãos governamentais, promovendo debates e cobrando ações, na busca e comprovação científica da cura para a Leishmaniose. Esperamos, o quanto antes, com a participação dos médicos veterinários, que seja possível encontrar o tratamento seguro e eficaz, comprovado cientificamente, para garantir a cura dos animais, protegendo a Saúde Única, dos animais, seres humanos e do meio ambiente.
Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)
Fonte: CFMV
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